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                                           ANÁLISE DO FILME

RESUMO

 

O presente trabalho  tem como objetivo de mostrar  análise comparativa  de filme documentário com reportagem jornalística. Procura-se analisar, de que forma a linguagem jornalística se articula.

 

 

INTRODUÇÃO

 

O texto propõe uma análise de filme documentário. Procuro analisar  de que forma a linguagem jornalística se manifesta no filme “Opinião pública” de Arnold Jabôr. Presente filme é o exemplo do Cinema Novo. Possui-se as manifestações individuais. Pessoas de vários grupos sociais estão dando a opinião. Este filme não tem atores, assim como não tem atores na reportagem jornalística. São pessoas reais, em suas vidas reais. Os habitantes comuns de classe  média, na década 60, de uma cidade grande na América Latina. A sociedade, que tem o pensamento diferente do que a sociedade de hoje.  

 

 

O DISCURSO JORNALÍSTICO

 

A linguagem jornalística  não descreve, ela constitui o que representa, produz significados. Como na reportagem jornalística, presente filme documentário mostra a vida cotidiana e contribui para a construção de realidade social, através da construção discursiva. E como na reportagem, torna acontecimentos visíveis, determinando um sentido.

O discurso jornalístico no presente documentário (como e na reportagem), elabora sua linguagem com “objetivitade”, procurando construir assim um efeito de sentido de verdade. 

A reportagem jornalística, como e presente filme documentário, intitula-se  “defensor da democracia”, esse campo, em que se travem as lutas pela cidadania e pelos diretos humanos.  

 

 

  1. A narrativa

 

Existem três tipos de narração:

 

No rádio – através de oralidade dramatizado

No cinema – através da imagem da notícia legendada pela locução oral. Ausência da imagem do narrador.

Na TV - através da combinação da oralidade com a imagem: presença da     imagem do narrador, com a imagem documental da notícia, ou exposta pelo narrador sem imagem, ou voz-off- texto gravado pelo repórter ou apresentador para ser editado junto com as imagens da reportagem.

 

A narrativa do filme é muito próxima de narrativa da reportagem. Ele é  um documento jornalístico. Existe o narrador, voz dele tem oralidade própria, aparece só uma vez por quanto. Isso é uma função, não pessoa, propriamente dito: voz – off. Podemos dizer o mega- narrador, ele é o organizador da narrativa (normalmente esta função é atribuída ao diretor do filme). O narrador transmite as idéias. Ele tem entidade organizadora de todas as formas de transmitir uma idéia. Ele recebe informações de canais – fontes. Ele não está dando nenhuma opinião, mas interfere na mente do ouvidor. O próprio público direciona o pensamento, mas em alguma forma existe a interferência do narrador na suposta questão da veracidade do depoimento.

 

 

2. As imagens

 

No presente filme a câmera fica parada, só olhado. Não tem influência nas imagens, (geralmente diferente, como nas reportagem onde a câmera está em movimento).  Para o  observador, ela não existe. Só a criança, que  aproxima-se para a câmera, e brinca na frente dela, mostra que ela é. A  criança quebra o fato que a câmera existe. A partir deste momento, do que sabemos que a câmera funciona, a realidade é diferente, não tão verdadeira como antes.

Durante  o filme, sente-se, que existe uma pré-seleção de quem fala, e o tempo que fala (mesmo como na reportagem). Mas não tem edição, nem inserto.

As imagens - diretas, gravadas tem outro sentido do que as imagens montadas.

No filme são usadas as fotos, retratos das pessoas, para dar o sentimento da época. As fotos funcionam também como o símbolo, para manifestar as problemas importantes para a sociedade:

·        Solidão - um homem solitário, sentado na calçada, um homem solitário olhando pela janela.

·        Miséria – um mendigo pedindo esmola

·        Monotonia e uniformidade – as imagens dos prédios por dentro, corredores vazios, centenas janelas, tudo igual: os moradores e vida deles, os apartamentos.

 

 

3.      Som

 

Existem no presente filme, três tipos de som:

·        Direto – fala  (discurso das pessoas em vários lugares) , ruídas - (na praça, nas ruas, nas manifestações etc.).

·        Inserido, sonorizado – música (francesa –  em cenas românticas, rock-end-roll - música dos jovens na discoteca, os adultos - tranqüila, banda no bar- para descanso). A música é usada como geradora da mensagem.

·        Voz - off - som de  narrador.

 

O mesmo tipo do som  usa-se  nas reportagens. 

    

 

4.      O Filme

 

As pessoas, que fazem suas manifestações orais no presente filme, são membros da sociedade moderna – industrial. São por dentro do “mundo” da vida cotidiana em sua própria sociedade. Falam de amores, traições, tristezas, dinheiro, busca da fidelidade, idéias, impossibilidades etc. De qualquer forma, a idéia principal do filme ilustra alguma coisa muito significante. Uma forma de trânsito entre a vida real e a representação da vida, que se passa no interior por  dentro mesmo. Por isso, seria útil fazer uma espécie da “deculpagem” do filme.

          O elemento muito importante, utilizado no filme, é o tempo, qual marca todas as etapas. A passagem da juventude para a idade mais avançada- adulto. O diretor do filme mostra  a uniformidade do homem em grande cidade. Coloca os habitantes  em “frios” prédios dos anos 60.

 

Os jovens, entusiasmo deles: escola, paixão, praia e palavras, “o futuro é apenas lugar onde vivem adultos”. Passagem em outro plano - um adulto fala, que não tem dinheiro. Um avô passa aos netos o patriotismo e amor pela bandeira. Os jovens estão discutindo, que o dinheiro é mais importante na vida: ”não se pode fazer nada sem dinheiro”. As meninas fazendo comentários sobre os seus namoros. Uma mulher com experiência na vida, disse para uma jovem que melhor viver sem romantismo. Os jovens na fábrica moderna – símbolo do triunfo, e as palavras: ”esta república dos estudantes só tem uma ordem – subir na vida”.

As idéias políticas manifestadas em campanhas eleitorais: “força para lutar, para desenvolvimento o nosso pais”. E para contrastar a imagem um universitário, que fala :”quero mudar o mundo, mas sozinho, não pode fazer nada”. E para manifestar qual mundo ele quer mudar, no fundo das imagens da pobreza e injustiça. A imagem passa na tela em grupo dos jovens em uma discoteca - cigarros, drogas. E de novo um universitário preocupado pela  vida da sociedade, passa as idéias: “a gente sabe qual tipo de sociedade gente quer” e logo depois “não é possível mudar a sociedade”. E depois as imagens os jovens qual estão indo com entusiasmo para o exército.

Os adultos no escritório moderno, falando sobre as suas experiências, reclamando o salário, a vida difícil (no fundo as imagens das jovens – estão ouvindo a discussão entre adultos). E depois um chefe mostrando para os jovens a autoridade dele. As imagens passam em novo grupo das pessoas - mulheres casadas, vida familiar com as suas dificuldades e para contrastar uma mulher feminista que quer fazer carreira.

E no fim as palavras ditas pela mega - narrador: “a classe media, milhares de pessoas iguais”. E de novo as imagens de miséria. E para dar contrasto, o novo plano - a vida política da sociedade, e palavras “politicamente classe média só se mexa, quando algo ataca a sua estabilidade”, ”nunca toma iniciativa para o progresso”. Imagens das campanhas eleitorais, comida para crianças, no fundo pobre pede  ajuda. E última etapa - as pessoas descontentes das sus vidas.  A igreja: ”a esperança é num outro mundo”. Imagens das manifestações religiosas em igreja católica, universal, umbanda.

 

E conclusão, que “cada um tem a  sua opinião própria para salvação da sociedade”, e “os pensamentos comuns que nunca chegam a uma unidade”. E as palavras finais escritas, que aparecem na tela que mostra uma imagem cidade grande: “somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos“. 

 

 

CONCLUSÃO                     

 

As mensagens transmitidas no presente filme documentário   (como e nas reportagens jornalísticas) estão compostas em diversas planos. Gestos, roupas, música, texto, movimentos corporais, comentários, diferentes usos de espaço, insinuações variadas, olhares e sons diversas, som de narrador. Enfim as mensagens estão compostas em múltiplos planos de significação, compostas de ordens de signos distintos. A letra, música, palavra tem vários significantes na confrontação de uma linguagem. O foco de nossa atenção não é para os sistemas dos signos em si, mas para a confluência deles nas configurações das mensagens, isso si manifesta em articulação da linguagem jornalística.

 

 

 

Copyright / Agnieszka Balut /12.10.2003

 

REFERÊNCIAS:

 

BARBOSA, Ivan Santo & CASAQUI, Vander. Linguagem Publicitária e jornalística: uma aproximação dialógica. Líbero, Ano III, V. 3, n.6, 2000, pp. 70-79.

 

 

ISSLER, Bernardo. Mitologia eletrônica: ensaio sobre o sagrado e o profano na televisão brasileira. Líbero- Ano II, n 3-4, 1999, pp. 4-13.

 

MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. São Paulo. Editora Senac, 2000.

 

VIEIRA, Soraya Maria Ferreira. As imagens na mídia televisiva. Líbero, Ano II, n.3-4,1999, pp. 24-31.

 

 

 

 

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